domingo, 27 de fevereiro de 2011

Endometriose

É uma doença que ocorre em mulheres no seu período reprodutivo, onde o endométrio se faz presente em locais fora do útero. É uma camada interna do útero e que se renova a cada menstruação. Costuma localizar-se no fundo de Saco de Douglas (atrás do útero); septo retro-vaginal (tecido entre a vagina e o reto); trompas, ovários, superfície do reto, ligamentos do útero, bexiga e parede da pelves.

Durante a menstruação, células do endométrio a camada interna do útero, são levadas para dentro do abdômen pelas trompas. Uns defendem ser uma doença genética, outros uma doença de defesa. Sabemos que as células podem encontrar-se no líquido peritoneal ao redor do útero.

Os sintomas são a dor e a infertilidade; em torno dos 20% das mulheres só tem dor, 60% sentem dor mais infertilidade e 20% somente infertilidade.

Dor: é a cólica intensa, dor abdominal na relação sexual, dor no intestino no período das menstruações. Pode haver uma somatória de todos esses sintomas.

Por estar perto do útero e do intestino ela pode invadir áreas diversas. O tratamento é difícil, há poucos centros com condições de fazer a cirurgia.

A endometriose ovariana, é caracterizada por ter cistos ovarianos que contém sangue ou conteúdo achocolatado.
A Peritoneal, os focos estão somente no peritônio ou na parede pélvica.

A profunda é quando a penetração for maior de 5mm no órgão afetado (é o caso da endometriose de ovário e do septo-reto-vaginal).

O diagnóstico se da através de uma história clínica, ultra-som endovaginal especializado, exame ginecológico e exames laboratoriais. Na endometriose profunda é fundamental que seja feito exame de toque e uma ressonância magnética da pélvis. A certeza ocorre com o exame anatomopatológico da lesão, que é feita através de cirurgia, laparotomia ou laparoscopia.

O tratamento é feito caso a caso. Atenção especial deve ser dada aquela paciente que quer engravidar, para isso ela é encaminhada ao centro de reprodução humana antes de fazer o tratamento. Sabemos que a endometriose não tem cura, o que melhora a qualidade de vida é a redução da dor e sintomas, que ocorrem com as cirurgias, que são realizadas em centros especializados.

Tratamento: aliviar, reduzindo a dor; diminuir o tamanho dos implantes; limitar a progressão da doença; preservar ou restaurar a fertilidade; evitar a recorrência da doença. Mulheres que não desejam engravidar faz-se com anticoncepcionais orais ou injetáveis. Para as que querem engravidar trata-se com cirurgia e hormônio ou tratamento hormonal e depois cirurgia. As mulheres que não conseguem engravidar, o melhor é a fertilização in vitro; pois a endometriose não influi nas taxas de gravidez.

Autora:EnfªDrª Maria Amélia da Costa Rech

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença que afeta o cérebro, portanto uma doença mental que ocorre pela combinação dos fatores genéticos e ambientais.

Em uma população a prevalência é cerca de 1%, mas se um indivíduo é portador, seus parentes de primeiro grau farão com que esse índice aumente para 10%. Já no caso de gemelar idêntico o índice sobe para 50%.O gene responsável ainda é desconhecido. No que se refere aos fatores ambientais podemos citar a exposição a infecções virais durante a gravidez, problemas durante o parto, e o stress.

O cérebro de um esquizofrênico apresenta anormalidades tanto macro como microscópicas. Os neurotransmissores mais relacionados é a dopamina e o glutamato.

Como características temos delírios, alucinações, alterações do pensamento, embotamento afetivo, isolamento social e alterações psicomotoras.

Um surto de esquizofrenia pode surgir rapidamente ou insidiosamente.È possível um período prodrômico, onde vai haver por parte do paciente, uma sensação vaga, estranha, de algo que provavelmente possa acontecer. Já neste momento pode estar acontecendo uma diminuição do rendimento escolar ou do seu trabalho e retraimento social.

Quando a doença se instala ocorrem delírios: idéias que não condizem com a realidade, mas que para eles são verdadeiras. Ex: delírio de perseguição,chegam a pensar que estão sendo comandados por seres de outros planetas, ou ondas de televisão. Alucinações: estas são visuais e auditivas. Se vêem de forma totalmente fora da realidade, como se estivessem envelhecidos ou uma parte do rosto parecer normal e a outra parte totalmente distorcida. Vêem animais, pessoas, coisas, que não existem. Ouvem vozes que lhes dão ordens, dizem ouvir palavras que diminuem sua auto estima, você é um fraco, você não consegue etc.......e sons . Alteração de pensamento: pensam que estão pobres , os movimentos são anormais, são desorganizados , nada é lógico, prevalece a apatia, surge a dificuldade de expressar sentimentos e de iniciar e finalizar uma atividade.

As pessoas afetadas são os adolescentes e os que estão entrando na idade adulta. Ocorre com mais freqüência na fase da adolescência e início da idade adulta, os homens são acometidos da doença bem mais cedo do que as do sexo feminino, independentemente de etnias.

Infelizmente não existem formas de prevenção, foram desenvolvidas algumas técnicas para que fossem criados meios de resistência ao stress, diminuindo o risco de desenvolver o transtorno, mas não houve resultado significativo.

O diagnóstico é clínico. A previsão de quem irá desenvolver a doença é remota.

Os medicamentos usados no tratamento são os antipsicóticos e neurolépticos que irão combater os delírios e alucinações, amenizando a fase aguda. Faz-se também atividades psicosociais recorrendo aos terapeutas ocupacionais, que irão em busca da recuperação, da capacidade, do auto cuidado na realização de atividades, para que ocorra a interação com as outras pessoas. Deve-se ter extremo cuidado para que nada leve ao stress.

Tanto a família como o paciente precisam ter ciência do que é a doença, e se necessário for, buscar a ajuda de um psicoterapeuta. Os pacientes na sua maioria conseguem retomar sua vida, seus estudos, trabalho, até sua independência. È sabido e claro que a esquizofrenia não tem cura, portanto é uma doença crônica, o que torna o indivíduo acometido da mesma, ciente de que jamais poderá parar ou sequer reduzir a quantidade de medicação, sem o acompanhamento do seu médico.

Autora: Enfª Drª Maria Amélia da Costa Rech