domingo, 23 de janeiro de 2011

Violência, como lidar nesta situação!!!

Os profissionais de saúde pelo trabalho que exercem a comunidade, encontram-se em condições mais favoráveis para observarem riscos e identificar as possíveis vítimas de violência intrafamiliar. Frequentemente quando ocorre violência os primeiros a serem informados são a equipe de saúde, o motivo é atendimento, que normalmente é mascarado por outros problemas ou sintomas que não condizem, em elementos para um diagnóstico.

A carência de serviços ou respostas sociais adequadas, e a intervenção apenas pontual, são além de um obstáculo, um retardo na solução do problema. O sistema de proteção e o sistema punitivo não têm conseguido diminuir a incidência da violência ou amenizar os seus efeitos. O profissional de saúde tem como responsabilidade estar alerta, quanto à possibilidade de um elemento da família estar praticando ou mesmo sendo vítima de maus tratos, mesmo que não haja, de imediato, indicações para suspeitos.

Observando, fazendo visitas domiciliares mais freqüentes, fazendo perguntas diretas ou indiretas a alguns membros da família, podem surgir situações reveladoras, se o agente de saúde ou até mesmo o enfermeiro tiver todo um cuidado e uma atenção voltada para estas questões. Mesmo que a família procure esconder tais acontecimentos, a amizade já existente pelas freqüentes visitas resultará numa confiança por parte do profissional que acarretará a uma conversa futura, criando novos espaços de ajuda.

Quando a vítima não tem capacidade de tomar decisões, a equipe de saúde precisa oferecer orientações e base para que a mesma venha a entender melhor o que está acontecendo com ela, e assim procurar as soluções possíveis, tomando a decisão que melhor lhe convier. Esta base, esse suporte deve incluir serviços especializados como: área da saúde, social, segurança e justiça; e da comunidade como: associações de moradores, grupos de mulheres, grupos religiosos. A equipe de saúde, nem a vítima, devem agir a sós para evitar riscos maiores.

Os serviços precisam estar equipados com instruções, telefones de emergência e recursos, caso uma pessoa ou família possam recorrer e que precisam estar ao alcance da população. A equipe de saúde durante todo o processo de atendimento das situações de violência intrafamiliar, devem ter uma preocupação ética com a qualidade da intervenção e suas conseqüências.
O compromisso da confidência é primordial para que o cliente sinta confiança. Os modos de agir, as ações da equipe, devem incluir formas para proteger o sigilo das informações. No caso de crianças e adolescentes o profissional de saúde é obrigado por lei a notificar o Conselho Tutelar, quando da suspeita ou comprovação de um caso de violência. Esta medida é importante para a proteção da criança ou adolescente. É importante explicar para a família que mesmo ocorrendo esta notificação o sigilo continuará a ser preservado.

Na situação de violência intrafamiliar significa fazer parte de um caminho delicado e complexo. Colocar detalhes muito pessoais e dolorosos a um estranho pode ainda mais fragilizar a vítima, provocando fortes reações negativas. O profissional deve ter consciência disso e ter uma atitude compreensiva e não julgadora. Ao sofrer violência cada um lida com essa situação de forma a ser melhor para si, as vezes o fato de pedir ajuda não significa que esteja em condições de colocá-lo em prática, devido aos complexos efeitos da violência sobre o seu emocional.

O profissional deve fazer que seu cliente confie e invista na sua capacidade para enfrentar os obstáculos. A violência intrafamiliar afeta a todos que de alguma forma se envolvem, e os profissionais da saúde não poderiam ser diferentes. O contato com situações de sofrimento, risco, insegurança e os questionamentos, bem como a importância em ter soluções imediatas, exigem um tempo de auto dedicação para proteção e alívio de tensões. Por isso é necessário que se crie oportunidades de discussão, sensibilização e capacitação que proporcionem um respaldo à equipe para expor e trabalhar seus sentimentos e reações.

Autora:EnfªDrªMaria Amélia da Costa Rech

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